A ex-primeira dama foi encontrada morta nesta segunda-feira, 19 de abril, sem muito detalhe do ocorrido, que aponta para um alto extermínio. Diante do ocorrido, a Prefeitura Municipal de Estrela do Norte publicou uma nota de pesar, lamentando a morte da mulher.
“É com grande pesar que a Prefeitura Municipal de Estrela do Norte, lamenta o falecimento da Sra. Lucivânia Lúcia de Andrade Nicolau ocorrido na segunda-feira, 19/04/2021. Lucivânia foi Primeira-Dama de Estrela do Norte/GO por 8 (oito) anos. Dedicou parte de sua vida às causas sociais e às políticas públicas voltadas principalmente aos mais vulneráveis neste município. Mãe e esposa era uma mulher forte, simples e generosa, que deixará sua marca na história de Estrela do Norte. Lamentamos profundamente essa perda e nos solidarizamos com seus familiares e amigos que se encontram em luto. Que Deus, em sua infinita bondade, conforte os corações de todos neste momento de tamanha dor e tristeza. Estrela do Norte/GO, 20 de abril de 2021.” Diz a nota da prefeitura do município.
Lucivânia Lúcia de Andrade Nicolau, de aproximadamente 49 anos, era viúva do ex-prefeito Geraldo Nicolau Filho, que foi morto a tiros no dia 1º de outubro de 2015, dentro de um motel às margens da BR-153, em Mara Rosa, no norte de Goiás. As imagens mostram o momento exato em que o ex-prefeito foi cercado por três pessoas no pátio do motel. De acordo com as investigações na época do crime, a vítima estava no motel com Anésia Xavier Perez, mulher de um dos irmãos de Wellington, que era secretário municipal de Saúde de Estrela do Norte.
Segundo as investigações, parentes do então prefeito pediram que a ex-tesoureira da cidade, Renata Rezende, fosse até o motel para checar se Geraldo e Anésia estavam no local. Após a confirmação, Wellington, a mulher dele, a então primeira-dama Elaine Cristina Vaz, e Waldivino foram até o estabelecimento e os dois homens atiraram várias vezes contra Geraldo que caiu e morreu no pátio do motel.
Os autores fugiram do local tomando rumo ignorado. Na saída do Motel, eles alegaram que havia acontecido um assalto dentro do estabelecimento e fogem. A mulher que estava com Geraldo, sai do quarto, passa pelo corpo caído no chão e vai até a saída, onde ela paga pelo serviço do quarto e foge. As investigações apontam que ela foi até um posto de combustível perto do motel, onde o seu esposo lhe aguardava para dar fuga. No dia 12 de abril de 2017, Waldivino José de Almeida, foi preso na cidade de Tucumã, no Pará, onde ele usava documentos falsos para se esconder.
No deste ano, Waldivino José, com 54 anos, foi julgado e condenado a 20 anos de prisão pela participação na morte de Geraldo. Durante o julgamento, a defesa pediu que o réu fosse absolvido, alegando que ele agiu em legítima defesa. Porém, os jurados não aceitaram a versão. Desde o crime, Wellington e Elaine seguem foragidos. No dia 16 de outubro daquele ano, ele renunciou ao cargo de prefeito.
Uma reportagem do portal G1 em 2015, aponta que Lucivânia Lúcia de Andrade Nicolau não acreditava que Geraldo estivesse tendo um caso extraconjugal com Anésia Xavier. Para ela, o crime tem ligação política, já que o marido iria disputar as próximas eleições municipais, em Estrela do Norte. “Eu não tenho como provar, mas ele sabia de coisas que poderiam comprometer o atual prefeito. Pode ter sido uma queima de arquivo, porque o meu marido era uma pessoa que ia tomar o poder dele”, disse Lucivânia na época.
Lucivânia contou que, no dia do crime, Geraldo almoçou em casa, como de costume, e disse que iria trabalhar. Donos de uma fábrica de concreto pré-moldado, eles preparavam uma viagem para o Maranhão, onde atenderiam um cliente. “Quando foi por volta de umas 16h, eu recebi uma ligação de um irmão falando que tinha acontecido alguma coisa com o Curica. Eu fui até a fábrica e o pessoal disse que ele passou lá, mas nem desceu do carro e foi para outro lugar. Só depois que alguns amigos contaram que ele tinha sido morto”, lembra.
Mesmo o crime tendo acontecido em um motel, a viúva não acredita em traição. “Não sei como conseguiram levar ele até lá, mas, com certeza, foi uma ação para difamar ele, já que ele ia concorrer a prefeito. Só que ele era muito enérgico, então, reagiu, as coisas saíram do controle e ele foi morto”, supõe Lucivânia.
Para a viúva, além não acreditar na traição, acreditava que a mulher do secretário de Saúde também esteja envolvida na emboscada para matar Geraldo. “Ela era a isca para atrair ele para a emboscada. Ela devia saber de tudo. Só não sei o que ela disse para o levar até lá. Nós tínhamos uma amizade muito grande com ela e com o marido”, disse.