De acordo com o professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), José Alexandre Felizola, Goiás já enfrenta a 3ª onda da Covid-19. O pesquisador integrou o grupo de especialistas que elaborava relatórios sobre o coronavírus para orientar o Governo Estadual na tomada de decisões no ano passado.
Para José Felizola as próximas duas semanas devem ser decisivas quanto à evolução da doença. Ele ainda alerta sobre a variante Delta, vinda da Índia, que é uma das preocupações agora, já que a cepa pode ser mais agressiva que a P1, prevalente na segunda onda da Covid-19, em março deste ano.
A cepa indiana da Covid-19 foi confirmada em uma paciente de 18 anos, moradora de Goiânia, após um trabalho de monitoramento e sequenciamento genético realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, em parceria com pesquisadores da UFG.
Segundo a SMS, a contaminação já ocorre de maneira comunitária e não é necessário o contato com pessoas de fora ou viagens internacionais para contrair a variante do vírus Sars-Cov-2, que tem uma grande velocidade de contágio. A jovem relatou que não teve contato com pessoas de outros estados ou de outros países.
Segundo um estudo realizado por quatro cientistas brasileiros e publicado nesta segunda-feira (21/6) na revista Scientific Reports, Goiânia está na lista das cidades “super espalhadoras” que ajudaram no avanço da Covid-19 no país.
De acordo com a pesquisa outros dois fatores contribuíram para que a doença conseguisse espalhar-se pelo Brasil, como o tráfego em rodovias federais e uma distribuição desigual dos recursos de saúde. Para José Felizola, tudo isso também contribuiu para que estejamos na terceira onda da Covid-19.
O estudo afirma ainda que nos três primeiros meses da pandemia no Brasil, de 98% a 99% dos casos se concentravam em apenas 17 cidades. Porém, a falta de medidas de restrição de circulação nestes locais teria facilitado que a Covid-19 se espalhasse para o resto do país.
*Dia Online
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