O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou o uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos americanos pela Ucrânia contra tropas russas e norte-coreanas na região de Kursk, no oeste da Rússia. A decisão, considerada uma mudança significativa na postura do governo americano, foi divulgada neste domingo (17) e vem em meio à intensificação do conflito. As informações são do The New York Times.
A autorização ocorre após relatos de que tropas norte-coreanas foram enviadas para apoiar a Rússia na guerra, segundo o NY Times. Biden permitiu o uso do Sistema de Mísseis Táticos (HIMARS), com alcance de 80 km, mas manteve o veto ao uso do ATACMS, que tem alcance de 300 km. A decisão reflete uma resposta direta à nova configuração do conflito, mas também gerou divisões entre autoridades do Pentágono e conselheiros da Casa Branca.
O uso de mísseis de longo alcance era considerado um tabu até o momento, pois o presidente russo, Vladimir Putin, havia prometido represálias severas, incluindo testes nucleares, caso essas armas fossem empregadas no conflito. Autoridades russas classificaram a decisão americana como “um passo sem precedentes” que poderia levar a uma escalada rumo a uma terceira guerra mundial, segundo a agência Tass.
A decisão de Biden ocorre em um cenário político complexo, logo após a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Trump, crítico do apoio financeiro à Ucrânia, prometeu encerrar o conflito em “24 horas”, mas não apresentou detalhes sobre como faria isso. Não está claro se o republicano reverterá a decisão de Biden quando assumir o cargo em janeiro. Trump não se posicionou sobre o assunto, mas já indicou de maneira rasa que vai “acabar com as guerras”. A forma contudo, não se sabe.
A região de Kursk, onde os mísseis devem ser empregados, foi retomada pela Ucrânia em agosto, durante uma contraofensiva. O ataque com os HIMARS tem como objetivo enfraquecer a coalizão russo-norte-coreana e conter o avanço das tropas na fronteira.
Por redação do Mais Goiás | Integra no site | Foto: Reprodução/WP/Youtube