A Espanha e Portugal conseguiram restabelecer a eletricidade nesta terça-feira (29/04), cerca de 20 horas depois de um apagão geral que provocou caos em toda a Península Ibérica, afetando também uma parte do sul da França.
A interrupção no fornecimento de energia paralisou serviços essenciais, deixando milhões de pessoas sem acesso a meios de transporte, comunicação e hospitais. Por volta das 6h da manhã da Espanha, 1h da madrugada em Brasília, 99,16% do fornecimento de energia elétrica havia sido restabelecido no país, segundo o operador da rede espanhola Red Elétrica (REE).
Em Portugal, cerca de 6,2 milhões de residências já contavam com energia durante a madrugada, de um total de 6,5 milhões, conforme informaram as autoridades locais. Com o restabelecimento de energia, o metrô de Madri, assim como os transportes urbano e interurbano, voltaram a operar parcialmente durante o período da manhã.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, declarou que “a Espanha está superando o pior” do apagão, e anunciou que o Executivo investigará o ocorrido ao abrir uma comissão especial sobre o assunto, exigindo responsabilidade dos operadores privados para que o mesmo “nunca” se repita.
“O governo da Espanha investigará a fundo esta questão e implementará as reformas e medidas necessárias para garantir que isso não aconteça novamente”, disse Sánchez em uma coletiva após uma reunião ministerial. “Nenhuma hipótese [está descartada] até que tenhamos os resultados dessas análises”.
Segundo a agência Reuters, a autoridade espanhola também descartou que o corte tenha decorrido do excesso de eletricidade gerada por fontes renováveis ou uma possível falta de energia nuclear.
“Se tivéssemos maior dependência nuclear, a recuperação não teria sido tão rápida quanto a que estamos tendo”, pontuou o premiê. Anteriormente, a empresa REE negou que o apagão provocado por um ataque cibernético, erro humano ou algum fenômeno meteorológico ou atmosférico.
Em Portugal, de acordo com dados fornecidos pelo governo de Lisboa em comunicado, embora a grande maioria da população já tenha acesso à eletricidade, ainda há localidades que permanecem sem serviço devido a uma falha não crítica.
O restabelecimento de energia e a consequente operação dos transportes públicos do país, como o Metrô de Lisboa e do Porto, foi possível graças a uma “estreita colaboração com os operadores de rede nacionais e internacionais”, enfatizou o governo, que acrescentou que as escolas estão sendo reabertas e o fornecimento de combustível normalizado.
Após a Espanha negar que o apagão tenha decorrido de um ataque cibernético, Lisboa também chegou à mesma conclusão.
“Em Portugal, não temos informações relacionadas a um ataque cibernético ou a um ato hostil nesta fase”, disse o porta-voz do governo, António Leitão Amaro, à CNN Portugal.
(*) Com RFI e Telesur