O gabinete de segurança de Israel aprovou, na última sexta-feira (2), um plano para ampliar as operações militares na Faixa de Gaza, em mais um sinal de que as negociações por um cessar-fogo e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas permanecem estagnadas.
A decisão, ainda a ser confirmada pelo gabinete completo no domingo, ocorre em meio à deterioração da situação humanitária no enclave palestino, onde mais de 50 mil pessoas já morreram desde o início da ofensiva israelense, segundo autoridades locais.
Segundo informações divulgadas pela imprensa israelense, a nova fase da operação foi articulada após declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, o tenente-general Eyal Zamir, indicando a disposição do país em intensificar os ataques. “Usaremos todo o poder à nossa disposição, aumentaremos o ritmo e a intensidade da operação e, se necessário, faremos isso em breve”, declarou Zamir durante uma cerimônia oficial.
O endurecimento da postura ocorre após o colapso das negociações em março, frustrando tentativas conduzidas por mediadores do Egito e do Catar. Embora as conversas tenham incluído propostas para troca de reféns por cessar-fogo temporário, Israel insiste que o Hamas deve se desarmar e ser excluído de qualquer papel político em Gaza — uma exigência recusada pelo grupo palestino, que governa o território desde 2007.
Em declaração não atribuída oficialmente, uma autoridade israelense afirmou ao portal Ynet que, enquanto os reféns não forem libertados, a resposta militar será ampliada. “Enquanto o Hamas não libertar nossos reféns, aprofundaremos significativamente nossa ação militar”, afirmou. O governo israelense afirma que 59 pessoas ainda são mantidas em cativeiro, sendo que acredita-se que pelo menos 24 estejam vivas.
Na quinta-feira, Netanyahu reforçou que, apesar dos esforços diplomáticos, a prioridade estratégica de Israel permanece a eliminação do Hamas. “Na guerra, existe o objetivo final — e esse objetivo final é a vitória sobre nossos inimigos”, declarou o premiê.
Enquanto isso, o cerco em Gaza se intensifica. Tropas israelenses têm expandido zonas de amortecimento, comprimindo a população de 2,3 milhões de pessoas em áreas cada vez mais restritas. A entrada de caminhões de ajuda humanitária permanece limitada, o que levou organizações internacionais a alertarem para o risco iminente de colapso total dos serviços básicos.
Na sexta-feira (2), bombardeios israelenses atingiram diferentes pontos do território, resultando na morte de pelo menos 25 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
O atual conflito teve início após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos no sul de Israel e culminou na captura de 251 reféns. Desde então, a resposta militar israelense transformou Gaza em um cenário de devastação, e o impasse diplomático levanta incertezas sobre qualquer perspectiva de trégua nos próximos dias.
*Portal O Hoje