O aluno que esfaqueou uma colega na nuca dentro do Colégio Estadual Polivalente Professor Goiany Prates, em Goiânia, vai assistir aula online e fazer tratamento psicológico após ser solto da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai).
O Tribunal de Justiça (TJ-GO) concedeu liberdade ao estudante de 15 anos na terça-feira (24), com uma série de medidas restritivas para ele e obrigações para os pais. Ele foi apreendido pela Polícia Civil logo após atingir a nuca da colega uma faca de serra, na segunda-feira (23).
A adolescente, que também tem 15 anos, levou três pontos no local da perfuração e passa bem. Ela contou que dias antes do ataque repreendeu o colega por ele ter tocado em partes íntimas de uma amiga. A estudante afirmou que não esperava a agressão e levou um susto.
A advogada Ana Cláudia Amorim Santos, que defende o estudante, ponderou que ele tem transtornos mentais e estava sofrendo bullying por um grupo de colegas.
“Tinha um grupo de colegas que estavam o tratando de forma bem mal. Ele não tinha crises há muito tempo. O estudante está bem arrependido e chorando bastante”, explicou a advogada.
Veja as medidas determinadas pela Justiça:
– Manter-se recolhido em sua residência, onde deverá proceder com as aulas escolares em regime online;
– Manter-se afastado da ofendida, seus familiares, as testemunhas, por qualquer meio de comunicação;
– Dever de obediência aos pais ou responsáveis;
– Atender a todas as convocações (audiências, reuniões etc.) realizadas por autoridades policiais e judiciárias (Polícia Civil, Ministério Público, Poder Judiciário etc);
– Informar ao Poder Judiciário eventual mudança de endereço.
Além disso, a Justiça aplicou ao adolescente medidas protetivas, como a inclusão em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção e a requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial.
Aos pais, foram aplicadas as medidas de encaminhamento do estudante a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
Ataque
A estudante relatou que foi beber água no intervalo entre as aulas e sentiu um incômodo no pescoço. Depois, passou a mão no local e sentiu o sangue escorrer. A estudante contou que chegou a desmaiar dentro da direção da escola por causa do nervosismo.
Ela foi levada ao Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Campinas para receber atendimento médico e levou três pontos no local do corte. Logo depois, recebeu alta.
A Secretaria Estadual de Educação disse que apura os fatos e vai desenvolver ações de conscientização sobre assédio e bullying nas escolas.
O superintendente de Segurança Escolar, coronel Mauro Vilela, explicou que o aluno sempre foi acompanhado por uma professora de apoio por ter déficit de atenção e bipolaridade.