Na noite desta quinta-feira (20), o ônibus do time feminino do Palmeiras foi apedrejado na rodovia Castelo Branco, quando as jogadoras se encaminhavam para a cerimônia de premiação do Campeonato Paulista da categoria, promovida pela FPF (Federação Paulista de Futebol) em São Paulo.
O Palmeiras conquistou o tricampeonato vencendo o Corinthians nos pênaltis e teve três jogadoras eleitas para a seleção do campeonato, além da técnica Camilla Orlando.
Segundo especialistas, o ato criminoso direcionado à equipe feminina vem na esteira de um aumento da relevância do futebol praticado pelas mulheres no país, com a rivalidade histórica entre as torcidas acompanhando esse movimento.
“Com muita luta, as mulheres conseguiram espaço e visibilidade no futebol, que sempre foi um meio machista e truculento, mas a ausência de uma organização no esporte e da segurança pública traz junto os problemas estruturais do futebol masculino, envolvendo o conflito entre torcedores”, diz Flávio de Campos, professor de história da USP (Universidade de São Paulo), onde ministra o curso de pós-graduação ‘História Sociocultural do Futebol’.
Especialista em direito desportivo e sócio do escritório CCLA Advogados, Raphael Paçó Barbieri tem visão semelhante. “O futebol feminino como um todo vem vivenciando um crescimento em estrutura e visibilidade. Com isso, a atração às torcidas é maior, inclusive às organizadas, e esse maior engajamento traz também os mesmos problemas do futebol masculino, com as torcidas usando os times e as disputas como justificativa para ações criminosas e violentas que não se justificam no meio do esporte”, afirma Barbieri.
*Portal Mais Goiás