Duas mulheres foram presas em flagrante suspeitas de participação no “golpe do novo número” em Goiás. Segundo a Polícia Civil, um criminoso criou o perfil de um delegado em um aplicativo de mensagem para pedir R$ 3,9 mil para o irmão dele e uma das mulheres, de 19 anos, teria participado do golpe. Já a outra, de 24 anos, havia recebido parte de R$ 30 mil que uma idosa de São Paulo havia depositado achando que o dinheiro era para o filho.
O G1 não conseguiu localizar a defesa das presas, pois os nomes delas não foram divulgados pela corporação. Após as prisões, as duas confessaram terem emprestado as contas bancárias para a prática de golpes.
As prisões aconteceram na última terça-feira (20). Segundo o delegado Cássio Arantes, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), nesse tipo de golpe, os criminosos induzem a vítima a acreditar que está falando com algum familiar ou conhecido, que alega ter trocado o número de telefone e, após breve troca de mensagens, pede dinheiro emprestado.
“É um crime que tem se tornado bastante comum, nesse caso específico, a pessoa colocou um chip, a foto do delegado, e enviou mensagem para o irmão do delegado, que reside no Distrito Federal, e pediu uma quantia de quase R$ 4 mil. Como não era um pedido comum entre os irmãos, a vítima desconfiou e ligou para o irmão, que negou que havia feito o pedido”, disse.
Investigação
Após notar que era um golpe, o irmão do delegado registrou um boletim de ocorrência na delegacia. Com isso, os policiais da Deic conseguiram localizar a origem da conta bancária da suspeita e viram que ela residia em Goiânia.
“A equipe da Deic entrou em campo e identificou a beneficiária do cartão, que é de Goiânia, e a prendeu em flagrante. Durante as investigações, nós percebemos que a mesma havia recebido no mesmo dia a quantia de R$ 30 mil e havia transferido parte do dinheiro para outra pessoa”, disse o delegado.
Segundo a Polícia Civil, a mulher suspeita de receber parte dos R$ 30 mil foi presa, no mesmo dia, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
“Nós descobrimos que era um outro golpe, onde naquele mesmo dia uma idosa de São Paulo havia transferido esse valor achando que era para o filho, mas foi para a golpista”, disse.
A Polícia Civil investiga ainda a participação de outras pessoas no crime. O delegado suspeita ainda que haja um mentor intelectual dos crimes que, ao que tudo indica, compõe uma organização criminosa especializada na prática deste golpe.
Segundo o delegado, as duas mulheres foram autuadas por estelionato tentado e estelionato consumado. “A princípio, elas teriam emprestado as contas bancárias e outro indivíduo teria sido responsável por mandar as mensagens, tanto para a vítima do DF quanto para a de SP”, explicou.
Fonte:
Portal G1 de Goiás