No mesmo dia em que a jogadora trans Tiffany Abreu fez história ao conquistar a Superliga de Vôlei Feminino no Brasil, a Federação Inglesa de Futebol (FA) tomou uma decisão que vai no sentido oposto: anunciou, nesta quinta-feira (01/5), que mulheres transgênero estarão proibidas de disputar o futebol feminino a partir de 1º de junho.
A mudança segue uma determinação da Suprema Corte do Reino Unido, que passou a definir legalmente o termo “mulher” com base no sexo biológico. A corte britânica concluiu no dia 16 de abril que apenas mulheres cisgênero (biologicamente do sexo feminino) se enquadram como “mulheres” nas legislações de igualdade do país.
A decisão gerou críticas de organizações ligadas à causa trans, mas foi comemorada pelo governo britânico, que considerou o posicionamento como um passo para dar “clareza” ao debate sobre inclusão e segurança no esporte feminino.
A FA afirmou que sua política anterior buscava ampliar o acesso ao futebol e estava alinhada com diretrizes internacionais da Uefa e da Fifa. No entanto, após o novo entendimento legal, decidiu se adequar à legislação vigente.
“Entendemos que isso será difícil para as pessoas que apenas querem jogar o esporte que amam no gênero com o qual se identificam. Estamos entrando em contato com as jogadoras trans registradas para explicar as mudanças e como elas ainda podem se envolver com o futebol”, afirmou a entidade em nota.
Vale lembrar que, até recentemente, a Federação Inglesa permitia que mulheres trans participassem do futebol feminino, desde que mantivessem seus níveis de testosterona abaixo de 5 nanomoles por litro durante pelo menos 12 meses. Agora, com a nova norma, a participação passa a ser totalmente vetada.
Segundo um porta-voz do primeiro-ministro Keir Starmer, os esportes podem definir suas próprias diretrizes, mas sempre respeitando os limites da legislação. “Deixamos claro que a biologia importa quando se trata do esporte feminino. Vamos seguir apoiando entidades que preservem a integridade, a justiça e a segurança no esporte”, afirmou.
*Portal Mais Goiás