A Justiça mandou arquivar o inquérito policial que apurava a morte de oito pessoas durante uma operação policial em uma chácara em Araçu que contou com a participação direta de 35 policiais militares, entre eles o atual comandante da Polícia Militar do Estado de Goiás, coronel Marcelo Granja.
Os mortos eram suspeitos de integrar uma quadrilha interessada em roubar um banco no interior de Goiás. Para o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), os policiais agiram em legítima defesa. A abordagem aconteceu por volta de 23 horas de 7 de dezembro de 2021, uma terça-feira, e dois relatórios incluídos no inquérito apontam que o grupo vinha sendo monitorado desde agosto do mesmo ano.
Os documentos foram feitos pelo Comando de Policiamento Rodoviário (CPR) e pelo Comando de Operações de Divisas (COD), ambos da Polícia Militar, e afirmam que os suspeitos eram de Campinas (SP) e região e eram ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e pretendiam roubar uma agência bancária em Nova Crixás, a 353 quilômetros de onde estavam escondidos. Na época, o COD era comandado por Granja.
Os policiais efetuaram 74 disparos na abordagem, sendo que 19 atingiram os suspeitos. Todos os mortos tinham pelo menos um tiro no peito. Não houve sobreviventes dentro do grupo investigado. Já entre os policiais não houve feridos. Nos inquéritos da Polícia Civil e da corregedoria da PM-GO não consta informação sobre o número de tiros supostamente disparados contra os policiais.
A conclusão do MP-GO acatada pela Justiça segue o mesmo entendimento tanto da Polícia Civil como da corregedoria da PM’GO, de que os policiais militares agiram em legítima defesa, portanto não cabia indiciá-los por homicídio. A abordagem teria acontecido cinco dias após o grupo de suspeitos ter chegado em Goiás.
*Poder Goiás