As siamesas Kiraz e Aruna, de 1 anos e 6 meses, passam por cirurgia na manhã deste sábado (10), segundo a assessoria do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente – HECAD. A cirurgia das gêmeas é a 23ª realizada pelo médico Zacharias Calil e é considerada uma das mais complexas já feitas em Goiás.
Nas redes sociais, o médico compartilhou a estrutura do centro cirúrgico que recebeu as meninas para a cirurgia. A preparação para o procedimento começou há 6 meses.
“São cerca de 16 profissionais envolvidos entre eles quatro anestesistas, residentes, três urologias, pediatras e ortopedistas. A cirurgia tem um custo de mais de R$ 2 milhões e é custeada totalmente pelo SUS”, disse Zacharias.
As gêmeas foram isoladas e medicadas para evitar gripes e síndromes respiratórias, que são fatores impeditivos para a realização da cirurgia.
Segundo o médico, as gêmeas são unidas pelo osso ísquio e têm três pernas e compartilham a bacia, abdômen e tórax, além de diversos órgãos, sendo classificadas como esquiópagas triplas o que torna o caso especialmente complexo. A cirurgia tem previsão de mais de 15 horas de duração.
“Esse será um dos procedimentos mais complexos que já realizamos. Toda a preparação até aqui foi feita com muito cuidado para oferecer a elas a melhor chance de recuperação e qualidade de vida”, destacou o médico.
Pré-operatório
Segundo o Hecad, o processo cirúrgico contou com mais de um ano de planejamento. As irmãs são acompanhadas desde os primeiros meses pelo médico e deputado Zacharias Calil.
Há seis meses, as meninas passaram pela primeira cirurgia de pré-separação, onde receberam expansores de pele, que, segundo o hospital, têm o objetivo de estimular a produção do tecido, que será usado para fechar as áreas que ficariam expostas após a separação.
Além do procedimento, as gêmeas passaram por consultas quinzenais em abril e visitas semanais ao hospital para que o crescimento das duas fosse acompanhado, além do esquema vacinal, para garantir a imunidade das irmãs.
Segundo a diretora técnica do hospital, Kiraz e Aruna estão internadas desde quarta-feira (7) em uma enfermaria isolada no Hecad para o pré-operatório, para evitar qualquer tipo de infecção, principalmente por vírus respiratórios.
Nesta etapa final de preparação, as meninas contam com uma equipe de suporte e passam por fase de investigação sobre qualquer quadro infeccioso que pode ter acometido as gêmeas antes da internação. Em nota, o Hecad informou nesta sexta-feira (9) que as gêmeas têm quadro estável.
Elas seguem internadas na unidade em preparo clínico para a cirurgia de separação. Em entrevista à TV Anhanguera, a diretora técnica do hospital, Flávia Godoy, diz que a cirurgia contará com o apoio de dezenas de profissionais.
“Vão participar vários cirurgiões e uma equipe imensa de anestesistas, até porque o tempo cirúrgico é imprevisível. Se formos resumir, há uma média de 50 pessoas diretamente envolvidas entre pré, intra, e pós-operatório”, completa a diretora.
*Portal G1 de Goiás