Nathielle Oliveira Costa, 18 anos, sobrevivente de acidente de trânsito que vitimou DJ Martinho Douglas dos Santos, na Perimetral Norte, em Goiânia, pede Justiça. Para ela, a empresária Samara da Costa Coelho Fortes, de 33 anos, que foi indiciada por homicídio culposo e lesão corporal pelo fato ocorrido em 25 de abril, precisa pagar.
“Eu fico indignada. Matou o Martinho, quase me matou. Ele não vai mais voltar”, disse a jovem que ficou cerca de um mês no hospital. “Eu quebrei todas as costelas, perfurei o pulmão, quebrei o cotovelo e a perna. Não vou mais voltar a ser como antes.”
Nathielle revela que tem dificuldades para andar, mas acredita que poderá voltar com fisioterapia. Contudo, o cotovelo não será mais como era. “Vou ficar com sequela. Hoje minha mãe e minha avó me ajudam a comer e a andar. O que aconteceu foi um crime. A mulher nem quis soprar o bafômetro.”
Conforme a investigação, Samara conduzia a caminhonete em alta velocidade pela Perimetral Norte quando perdeu o controle da direção, atravessou o canteiro central e atingiu uma motocicleta. O impacto resultou na morte de Martinho, e deixou ferida a passageira Nathielle Oliveira Costa.
Martinho, que também trabalhava como motorista de aplicativo, naquela noite tinha aceitado uma corrida e estava levando Nathielle para casa após ela sair do trabalho. A caminhonete de Samara ainda bateu em árvores e em um caminhão antes de atingir a moto. Testemunhas afirmaram que a empresária estava em alta velocidade e câmeras de segurança confirmaram o excesso. Uma das testemunhas chegou a dizer que o veículo poderia estar a 180 km/h.
No local do acidente a indiciada se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas um exame clínico feito no IML apontou que ela não estava embriagada. Durante uma vistoria, a polícia encontrou duas garrafas de vinho lacradas no veículo. Um parente da empresária ainda tentou retirá-las da caminhonete, mas foi impedido.
A defesa alegou que o carro havia passado por manutenção recente nos freios e direção, mas isso não foi apontado oficialmente como causa do acidente.
Na época dos fatos, a defesa pediu que a oitiva fosse feita por videoconferência, alegando abalo psicológico. No entanto, a solicitação foi negada pelo delegado e a empresária optou por ficar em silêncio durante o depoimento.
A defesa de Samara afirmou segue emocionalmente abalada, sob cuidados médicos, mas está disposição para colaborar com a Justiça e as famílias das vítimas. Com a conclusão do inquérito, o caso foi encaminhado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), que agora irá analisar as provas reunidas pela Polícia Civil e decidir se oferece denúncia contra a empresária à Justiça.
*Portal Mais Goiás